terça-feira, 20 de julho de 2010

Crônicas de V. [2]

Todos já sabemos que dois corpos não ocupam o mesmo lugar, correto? Pois é, mesmo com essa tese em mente não tive como evitar uma queda entre um fotógrafo (eu) e outro (Osvaldo Birke). Foi até legal o momento porque o fato ocorreu em frente uma escola que foi inaugurada em Poá (minha cidade) e o Governador de SP estava presente no momento do desastre.
Vamos por partes: Primeiramente quero relatar que TODAS as pautas que envolvam o Governador, algum Deputado ou artista na região, lotam de fotógrafos e cinegrafistas, todos buscando com o suor uma imagem que seja qualificada para ser mostrada à população. E nesse dia estavam (na minha memória) uns 14 fotógrafos e uns seis cinegrafistas, todos aglomerados esperando o ilustríssimo Governador de SP (José Serra) para dar início à inauguração.
O segundo detalhe importante é que na hora que algumas dessas pessoas citadas acima chegam ao local da pauta, começa aquela correria, aquele bate-bate e cada um por si(porque todos por um, é difícil). Enfim... Na hora que o Governador chegou, começou (instantaneamente) aquele corre-corre e empurra-empurra. O problema maior era que na entrada da escola havia umas muretas que formavam um corredor que seguia para o pátio, mas isso era um mero obstáculo para os profissionais em ação, ainda mais quando é pra se pensar rápido e capturar uma imagem boa e ser reconhecido (ou não) pelos chefes.
Outro detalhe importante era que a mureta tinha uns (ou quase) 70 centímetros de altura para o corredor. Eu, por ser “esperto” (mentira!), subi na mureta e fui seguindo feliz fotografando o Governador enquanto ele andava pelo corredor com seus seguranças (e baba-ovos). Quando me dei conta estavam mais dois fotógrafos (um deles o Birke) e uns dois cinegrafistas logo atrás, tudo em frações de segundos. Como eu (filho de Deus) não queria perder nenhum momento, ignorei-os e continuei me concentrando nas minhas fotos, até que, uma hora resolvi fazer uma foto que talvez saísse na capa do jornal. Abaixei... E foi aí que a merda aconteceu. Como havia ignorado os outros colegas de serviço, acabei me esquecendo deles e da rapidez que aconteciam os momentos. De resto, só senti as pernas (longas por sinal) do Birke batendo na minha cabeça (a famosa cama-de-gato), alguém gritando e de reflexo percebia ele caindo da mureta. Se rirem vão pro inferno, porque me senti mal pelo fato (nem!). Levantei assustado e procurando por ele caído em algum lugar para ajudar (rindo) o pobre rapaz trabalhador.
Reparei que o Sr. José Serra, com os olhos esbugalhados, perguntava se estávamos bem (afinal, se não estivéssemos, teríamos um médico e Governador logo a nossa frente). Já o Birke levantava calmamente e o pessoal ria muito. Embora pudesse acontecer comigo (ainda bem que não), Birke aceitou minhas desculpas (apesar de ser de um jornal rival) e viu que fiz isso sem querer (querendo), afinal, o cara acima de tudo é profissional. Agora me pergunto: Se um de nós dois tivéssemos quebrado um braço ou algo do tipo, será que o Governador ia saber o que fazer ou só perguntaria por “educação”? Vai saber!

Postarei a foto do momento da queda assim que conseguir falar com o Birke pra pedir que me mande a mesma por e-mail.

Revisão: Aline Nascimento.

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